segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Granito

Ó belo e majestoso batólito feito de magma arrefecendo lentamente ao longo de tantos milhares de anos. É tal é a paciência que tiveste para conseguir adoptar esta forma que te invejo profundamente essa capacidade todos os santos dias.

Forte, pesada, agarrada à terra como não outro. Tu és um verdadeiro exemplo de preserverança. No entanto, o tempo deixa a sua marca, apareces perante mim, como essas tantas diaclases que metes dó! Como pudeste transformar-te nesta bela monstruosidade que se arrasta pelos montes, deixando cair pedaços erodidos de ti no último inverno? Cada ano que passa pareces-te menos contigo e mais como as pequenas areias que toda a gente dispoe nos seus jardins a imitar praias cheias no verão de toalhas coloridas.

Algumas dessas diaclases encontram-se agora preenchidas, verifico agora ao olhar mais atentamente, mas sabes tão bem quanto eu que com o janeiro que se aproxima isso vai ser tudo levado pelas águas que irão sair dos teus olhos. Tão agarrado ao chão te encontrava, vejo-te agora ao lado de um precepicio pronto para cair a qualquer momento sem nada para te apoiar ou te segurar.

Tenho medo por ti, alma solitária no meio desse monte, preso dentro da tua mente. Entre a caída e a solidão, qual irás escolher? Eu escolho certamente sentar-me aí ao teu lado e chorar a tua triste sina, tentando magicar um milagre para ti.

Sem comentários: