quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Retroespectivas


Nesta altura do ano, é moda a lembrança do passado não muito longínquo. Para abafar os meus próprios preconceitos vou deixar-me relembrar os pontos altos e mais baixos dos últimos 12 meses.
Entrada em vigor do Tratado de Lisboa finalmente,
20 anos da queda do muro de berlin
10 anos da entrada do Euro
Falhanço em Compenhaga
Eleito um messias nos EUA (LOL)
Escolha de duas personalidades dúbias para presidente do conselho europeu e "Ministro dos negócios estrangeiros da UE"

Para mim pessoalmente o ano foi marcado por sons em Mono. Ano de grandes dissabores escolares e de saúde. Marcado por poucos e breves amores. É o ano de Wir Sind Helden, Metric e Romanovs. O ano do Alemão, do "Hizac", das bases para o sonho de voluntarieado. Ano da tapeçaria completa finalmente.
Este final de ano nunca marcou tanto a mudança como esta passagem promete, parece que a importância da passagem é indirectamente proporcional à celebração.

A quai

Lusitanos


Senhores dos penedos, dos granitos das serras mais altas, senhores das planícies entre Tejo e Mondego, posso claramente afirmar que vizinho vosso os meus antepassados eram. Ó Galaicos, mestres das fragas, dos vales e montes, Douro em cima é em vós que a minha alma se revê.
Senhores Galaicos, senhores Portugueses!

Ser Português não é ser Lusitano! Ser Português é, como nunca me canso de repetir, ser galaico, suevo, lusitano ou até visigodo. É ser romano, ser mouro, somos o conjunto de todos esses povos que se passearam por aqui, derramaram sangue aqui e aqui descansam os seus ossos. Agregamos ainda os conhecimentos dos que contactamos ao longo dos tempos até chegar ao dia de hoje.

Chega a ser parvo o que vou dizer, quando analisamos logicamente o que penso, mas tenho orgulho em ser Português, em ser Europeu. Há um longo caminho em diante para percorrer até à perfeição, é claro, mas caminhamos na sua direcção. Nunca me esqueço, que eu próprio sou parte desta sociedade e que tenho de dar o meu contributo para a sua alteração.

Olhos de Maré - Dazkarieh

Pingo


Cais dessa nuvem negra, mesmo por cima da minha habitação. Observas-me a escrevinhar à janela à luz do candieiro de rua, fazendo pausas a cada cinco palavras para introduzir um pouco mais de nicotina no meu sistema.
Estatelas-te no passeio, logo te apressas a agregar com as tuas irmãs moleculares e alegras-te por fazer parte desse fluxo que se dirige até à ribeira que se encontra no vale mais próximo. Com outros milhões como tu, ganhas velocidade ao deixar o meu concelho e no das alheiras apanhas boleia com o Tua.
Serpenteando entre fragas e penedos, passando por locomotivas desactivadas, continuas o teu caminho chocando com pedras, vendo animais e fugindo ao tempo até chegar a um dos rios mais nobres, um que empresta o seu nome ao vinho. Percorres esse trajecto com um orgulho descomedido, não consegues acreditar na beleza que vês e de que neste momento fazes parte.

Nas margens avistas cidades deslumbrantes, atravessas barragens sem te deteres. Uma valente nova força vem juntar-se a ti vinda do norte, as tuas irmãs que vêm do Tâmega. Vêm juntar vigor, força a este rio que se dirige a todo o vapor para o propósito final. Enxergas duas cidades, tão belas à luz desta lua cheia, cidades que deram o nome ao meu belo país, transpões a linha ao lado desse castelo de queijo e chegas ao destino, o final, o oceano.
Daqui tens uma nova aventura, na qual eu não te posso seguir e resta-me apenas desejar-te uma bela viagem e que um outro dia me visites novamente.