sábado, 16 de janeiro de 2010

Reformas Ortográficas

Muito se fala sobre este novo acordo ortográfico, há um texto giro que quero partilhar com todos, sobre a reforma ortográfica de 1911, onde realço as contestações à reforma mais em baixo.

"Reforma Ortográfica de 1911 foi a primeira iniciativa de normalização e simplificação da escrita da língua portuguesa empreendida pelo Estado.
Tendo força de lei em Portugal, esta reforma modificou completamente o aspeto da língua escrita e inspirou todos os acordos e reformas subsequentes."

"Até ao início do século XX, tanto em Portugal como no Brasil, seguia-se uma ortografia que, por regra, se baseava nos étimos latino ou grego para escrever cada palavra — phosphoro (fósforo), lyrio (lírio),orthographia (ortografia), phleugma (fleuma), exhausto (exausto), estylo (estilo), prompto (pronto), diphthongo (ditongo), psalmo (salmo), etc."

"Apesar de já existir há longo tempo no Brasil uma forte corrente foneticista, que se batia pela simplificação ortográfica, o não envolvimento brasileiro na reforma portuguesa teve o efeito contrário de reforçar as correntes tradicionalistas, ficando os dois países com ortografias completamente diferentes: Portugal com uma ortografia reformada, o Brasil com a velha ortografia pseudo-etimológica.

Em 1924 a Academia das Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras começaram a procurar uma ortografia comum, firmando-se um acordo preliminar em 1931 que praticamente adotava a ortografia portuguesa de 1911, iniciando-se um longo processo de convergência das ortografias dos dois países que dura até hoje."

E realço o seguinte:

"Outras pessoas resistiram à mudança, seja por receio de não saberem escrever pelas novas regras, seja por elo emocional ou intelectual à memória gráfica da escrita. Esse sentimento aparece refletido neste trecho de Alexandre Fontes, escrito nas vésperas da reforma ortográfica de 1911:



Imaginem esta palavra phase, escripta assim: fase. Não nos parece uma palavra, parece-nos um esqueleto (...) Affligimo-nos extraordinariamente, quando pensamos que haveriamos de ser obrigados a escrever assim! (respeitando-se a escrita original do autor).
Na palavra lagryma(...) a forma da y é lacrymal; estabelece (...) a harmonia entre a sua expressão graphica ou plastica e a sua expressão psychologica; substituindo-lhe o y pelo i é offender as regras da Esthetica. Na palavra abysmo, é a forma do y que lhe dá profundidade, escuridão, mysterio... Escrevel-a com i latino é fechar a boca do abysmo, é transformal-o numa superficie banal.

Não tenho sentimento nenhum politico ou social. Tenho, porém, num sentido, um alto sentimento patriotico. Minha patria é a lingua portuguesa. Nada me pesaria que invadissem ou tomassem Portugal, desde que não me incommodassem pessoalmente, Mas odeio, com odio verdadeiro, com o unico odio que sinto, não quem escreve mal portuguez, não quem não sabe syntaxe, não quem escreve em orthographia simplificada, mas a pagina mal escripta, como pessoa própria, a syntaxe errada, como gente em que se bata, a orthographia sem ípsilon, como escarro directo que me enoja independentemente de quem o cuspisse." in wikipédia

Com isto não digo que sou a favor ou contra a nova reforma do português, acho que como todos nós, vemos aspectos positivos e negativos sobre o acordo. Quero apenas demonstrar a todos a quantidade de alterações que têm sido feitas ao nosso português desde que ele existe e ter em conta esse aspecto antes de utilizar argumentos estapafúrdios como o "Português sempre foi assim".

E aqui deixo um Guia prático para perceber o acordo, e perceber de que lado estão, do contra ou do a favor.