segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

"Nem tudo vai mal no reino de portugal!"

Tantas e tantas ondas que se passaram desde que o outro se perdeu em terras marroquinas e que supostamente voltará a terras do Al-Garb AL-andaluz numa manhã de nevoeiro e mesmo assim ainda existem pessoas pela sua ingenuidade esperam por ele, ou por outro símbolo da preguiça...

É claro muito mais fácil deixar outros idiotas arcar com o trabalho pesado, com as rugas na cara e as brancas na barba do que simplesmente preocupar-se. É sempre mais fácil ficar sentado na esplanada da vida e ficar a rir dos pobres coitados que efectivamente andam na labuta por todos. É mais fácil apontar erros na composição de inglês do que apresentar os termos correctos a usar.

Poderia ficar aqui a noite inteira a descrever o quanto a nossa sociedade tanto a portuguesa como a mundial se torna apática, ignóbil, desprezível quando deparada com questões verdadeiramente fundamentais, elas vão lentamente e agonizantemente afundando-se na depressão.

A depressão que Portugal vive desde o outro senhor, que já deve estar terrivelmente bronzeado é limitadora chega a ser ofuscante. Crendo-se no que vêm da velhinha caixa quadrada, Portugal vai-se tornando cada vez mais num dos piores países para se viver neste nosso mundo... É ridículo a estupidez que vai no nosso pensamento colectivo.

Poderíamos estar muito melhores, é a verdade absoluta, mas também não somos Somália nenhuma!

Não devemos dormir à sombra de uma bela tarde de verão, mas também não é sempre Inverno!

O Infante

Foi-me perguntado a verdadeira história pela qual escrevo de "maneira extremamente esquisita" para parafrasear, deixo aqui uma grande pista...

"Mar Português

I
O Infante

Deus quer, o homem sonha, a obra nasce,
Deus quis que a terra fosse toda uma,
que o mar unisse, já não separasse,
sagrou-te, e foste desvendando a espuma,

E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
e viu-se a tera inteira, de repente,
surgir, redonda, do azul profundo.

Quem te sagrou criou-te português
do mar e nós em ti nos deu sinal.
compriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal"

in Mensagem, Fernando Pessoa