segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Perdidos na Parteleira

Um número incontável de palavras esperam pela sua libertação nessa estante que serve de castelo provisório ao mais majestoso animal de companhia que se tem por casa. Um explosão de letras aguarda pacientemente pela abertura das páginas amareladas e pelo deslizar do meu olhar sobre elas, sabendo que é nesse preciso momento que elas passam a deter a ansiada e merecida liberdade e o seu propósito é cumprido, fazem mais uma pessoa delirar, sonhar, irritar-se, amar, viver mais um pouco. A partir desse momento único, sabem que independentemente daquele humano se aperceber ou não, elas passam a estar inscritas na sua história, ficando imortalizadas em impulsos químicos e eléctricos, guardados apenas a uma lembrança de distância.

Também os meus olhos anseiam por esse momento mágico que os fazem sair das orbitas, saindo de casa e vaguear pelo mundo real ou imaginário, passeando pela esperada nuvem que provém da leitura daquele livro cheio de saber. Nisto tudo, parece que o único que não têm essa vontade de novamente encontrar velhos sentimentos sou apenas eu, encontro-me mais preso à realidade do que nunca me lembro de estar, vejo-me numa posição terrivelmente estranha.

Sementinha

Sementinha da desconfiança, da audácia, do orgulho, da autoconfiança, da satisfação, da mentira, da coragem e do medo, entre tantas outras... Haverá tantas a cair por intermédio desse vento que assola todos os dias as nossas vidas e que as faz surgir nesse pomar. Todos os dias me interrogo como é que o jardineiro consegue-as distinguir a todas, invejo o seu trabalho árduo pela sabedoria que dele advém. É sobejamente conhecida e valorizada a capacidade que esses seres humanos têm para arrancar os pequenos rebentos que não interessam ao todo da exposição que existe por esse belo campo verdejante, criam quase um ambiente hermético.

Lamento não ter tido quer a paciência, quer a sobriedade de sorver todas as palavras que a mim me dedicou num determinado tempo há muito perdido entre lembranças no meu córtex cerebral. Vejo-te com um grande exemplo a seguir, algo que eu desejo obter no meu possivelmente brilhante futuro. Anseio por esse dia, que novamente trocarei algumas palavras contigo e nesse dia te irei expor o meu reportório de pegadas que tenho deixado para te deixar orgulhoso.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Reformas Ortográficas

Muito se fala sobre este novo acordo ortográfico, há um texto giro que quero partilhar com todos, sobre a reforma ortográfica de 1911, onde realço as contestações à reforma mais em baixo.

"Reforma Ortográfica de 1911 foi a primeira iniciativa de normalização e simplificação da escrita da língua portuguesa empreendida pelo Estado.
Tendo força de lei em Portugal, esta reforma modificou completamente o aspeto da língua escrita e inspirou todos os acordos e reformas subsequentes."

"Até ao início do século XX, tanto em Portugal como no Brasil, seguia-se uma ortografia que, por regra, se baseava nos étimos latino ou grego para escrever cada palavra — phosphoro (fósforo), lyrio (lírio),orthographia (ortografia), phleugma (fleuma), exhausto (exausto), estylo (estilo), prompto (pronto), diphthongo (ditongo), psalmo (salmo), etc."

"Apesar de já existir há longo tempo no Brasil uma forte corrente foneticista, que se batia pela simplificação ortográfica, o não envolvimento brasileiro na reforma portuguesa teve o efeito contrário de reforçar as correntes tradicionalistas, ficando os dois países com ortografias completamente diferentes: Portugal com uma ortografia reformada, o Brasil com a velha ortografia pseudo-etimológica.

Em 1924 a Academia das Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras começaram a procurar uma ortografia comum, firmando-se um acordo preliminar em 1931 que praticamente adotava a ortografia portuguesa de 1911, iniciando-se um longo processo de convergência das ortografias dos dois países que dura até hoje."

E realço o seguinte:

"Outras pessoas resistiram à mudança, seja por receio de não saberem escrever pelas novas regras, seja por elo emocional ou intelectual à memória gráfica da escrita. Esse sentimento aparece refletido neste trecho de Alexandre Fontes, escrito nas vésperas da reforma ortográfica de 1911:



Imaginem esta palavra phase, escripta assim: fase. Não nos parece uma palavra, parece-nos um esqueleto (...) Affligimo-nos extraordinariamente, quando pensamos que haveriamos de ser obrigados a escrever assim! (respeitando-se a escrita original do autor).
Na palavra lagryma(...) a forma da y é lacrymal; estabelece (...) a harmonia entre a sua expressão graphica ou plastica e a sua expressão psychologica; substituindo-lhe o y pelo i é offender as regras da Esthetica. Na palavra abysmo, é a forma do y que lhe dá profundidade, escuridão, mysterio... Escrevel-a com i latino é fechar a boca do abysmo, é transformal-o numa superficie banal.

Não tenho sentimento nenhum politico ou social. Tenho, porém, num sentido, um alto sentimento patriotico. Minha patria é a lingua portuguesa. Nada me pesaria que invadissem ou tomassem Portugal, desde que não me incommodassem pessoalmente, Mas odeio, com odio verdadeiro, com o unico odio que sinto, não quem escreve mal portuguez, não quem não sabe syntaxe, não quem escreve em orthographia simplificada, mas a pagina mal escripta, como pessoa própria, a syntaxe errada, como gente em que se bata, a orthographia sem ípsilon, como escarro directo que me enoja independentemente de quem o cuspisse." in wikipédia

Com isto não digo que sou a favor ou contra a nova reforma do português, acho que como todos nós, vemos aspectos positivos e negativos sobre o acordo. Quero apenas demonstrar a todos a quantidade de alterações que têm sido feitas ao nosso português desde que ele existe e ter em conta esse aspecto antes de utilizar argumentos estapafúrdios como o "Português sempre foi assim".

E aqui deixo um Guia prático para perceber o acordo, e perceber de que lado estão, do contra ou do a favor.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Expressões


Mais uma forma de me exprimir, mais um veículo para fazer transbordar os meus mais íntimos pensamentos sob forma de uma embalagem mais ou menos deslumbrante. Enquanto arrumava os pincéis novos, a minha mente como sempre encontrava-se a divagar entre pensamentos, deteve-se à volta da quantidade de novas formas que aparecem todos os dias para a comercialização de opiniões, para o fabricar pensamentos em série. 


Caminhamos para uma sociedade cada vez mais uniforme e não pelas melhores razões, cada vez se torna mais difícil encontrar uma personalidade individualizada dentro dos grupos de pessoas que se encontram pelas nossas vidas. Penso que isto não é em nada diferente do que sempre foi, agora, com toda esta velocidade de conhecimento, só torna situações como esta mais visível para olhos leigos como os meus.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Wonderfull

Passei de uma manhã




Para uma tarde assim





O que faz uma conversa no msn :D e a vida que muda por causa de um promenor! De volta nas minhas mãos!

Open road


Quanta falta me fazes para me fazer companhia neste sentimento de anseio por liberdade, por me soltar por essa estrada desimpedida, livre. Apenas tu e eu, uno no destino terreno e no outro também. Livar-mo-nos das amarras que nos prendem neste dia e simplesmente tirar um dia de férias das férias, um dia para nós e para os dois.

Quanta falta me fazem esses teus cabelos compridos, cor desse ouro que cobre estes montes que de frente nos enfrentam com toda a sua imponência, alertando os incautos da perigosidade que é entrar nos seus domínios. Quanta desta verdura me relembram esses teus olhos doces que me derretem com um simples olhar.

Quero-te aqui ao meu lado, na dádiva que uma deusa nos proporcionou sob forma de um veiculo semiprateado, nessa viagem que começa longe dos olhares da terra do sal, ao longo de duas linhas de costa. Quero percorre-la contigo com o solpoente a teu lado e a lua como sempre a ladear-me e esta estrada toda pela nossa frente, sentir-me te una comigo e sentir-me parte de ti.

Estive quase para te ligar neste momento, para te propor esta nossa escapadinha de um dia, pena é que não existas ainda fisicamente materializada. É possível ter saudades de um sonho?