quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Dorothea - Laïs

Cardeal LX


“Reconhecer que Cristo nos visitou, será a luz que brilhará nas trevas do agnosticismo e até ateísmo”
Brilhante conclusão do Cardeal de Lisboa… Então e se um ateu reconhecer que esse Homem até pode ter caminhado por esta terra e iluminou muitos cérebros, o que é que o reconhecimento desse facto altera de alguma forma as minhas crenças mais privadas? De seguida, na entrevista o Sr. Bispo fala de tolerância face aos outros e a outras crenças, nesse momento em particular não quis acreditar na hipocrisia ridícula que lhe saia dos lábios. Como é que se pode tolerar as crenças dos outros depois lhe lhes apelidar de “TREVAS”?
Os meus valores são de humanismo, defesa dos direitos do homem, não preciso de ser religioso para acreditar neles. Não aceito o argumento que de que é preciso ser religioso para ser moral. Dizer que alguém não acreditar em Deus é estar nas trevas... acho que ainda está preso nas trevas, é mesmo estes senhores da igreja católica (não todos). Revejam os seus conceitos antes de atirar pedras às pessoas e fomentar a discriminação e falta de tolerância dirigida a todos que não são Católicos.
Acho que muita gente desta igreja que já não é oficial em Portugal precisa de um bom dicionário com a definição de tolerância.

sábado, 26 de dezembro de 2009

Macieira

Um verdadeiro pomar se encontra do outro lado da minha janela gelada à espera da neve anunciada na televisão. Através de cristais impuros, por entre as cortinas deslumbro a queda de uma maçã em direcção à erva coberta de geada. Ficou aquele ponto vermelho vivo no meio do prado esbranciçado a reluzir os primeiros raios do sol nascente.

Marca de vida não congelada, de cor viva, pronta para ser o lar de vários seres, mas um em particular, um pequenino ser, com o corpo segmentado, que anseia pela transformação num ser alado, aguarda pela liberdade do voo, espera pela vida a sério.

Integração?

Comunicação - Informação - Conhecimento - Abertura

Muitos dos problemas que temos neste nosso mundo são o resultado da falta dessa coisa, a integração. Integração na escola, na cidade, no país, na sociedade, na Humanidade. É rídicula a quantidade de conceitos errados que circulam pelas nossas casas, falta de conhecimento, de informação.

Pior é mesmo a falta de abertura para aprender, para percepcionar verdadeiramente o mundo à nossa volta. Que diferença faria na vida de um conjunto de pessoas, uma sociedade, se as pessoas conseguissem verdadeiramente comunicar umas com os outros, transmitir opiniões, comparar ideias e mais importante, conseguir a abertura para aceitar as diferenças das outras pessoas em relação a si próprios e vê-las como uma vantagem para todos.

A preto

A preto escrevo, a preto pinto, a preto canto. Canto sobre as experiencias, sobre pensamentos, sobe ideais. Mais personalizado não poderia ser sem recorrer ao meu próprio sangue. Hematócitos negros que saem da minha mão e dão o corpo ao que quero transmitir, tão humildes se apresentam isoladamente, e tão complexos os vejo em conjunto diante do meu olhar. Mania do não-azul fiu-me induzida pelo meu primeiro amor, hoje muito mais do que isso, uma verdadeira amiga.

Como viveria eu sem esta esferográfica? Sem dispor da capacidade de escrutinar os meus mais profundos pensamentos utilizando a escrita? Certamente em doido me tornaria. Serviço público privado é o que designo ao que significa este mero acto de transpiração do meu inconsciente para o papel.