Um verdadeiro pomar se encontra do outro lado da minha janela gelada à espera da neve anunciada na televisão. Através de cristais impuros, por entre as cortinas deslumbro a queda de uma maçã em direcção à erva coberta de geada. Ficou aquele ponto vermelho vivo no meio do prado esbranciçado a reluzir os primeiros raios do sol nascente.
Marca de vida não congelada, de cor viva, pronta para ser o lar de vários seres, mas um em particular, um pequenino ser, com o corpo segmentado, que anseia pela transformação num ser alado, aguarda pela liberdade do voo, espera pela vida a sério.
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