quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Mr. Pitfull - Matt Costa


Um americano descendente de portugueses, eu curto bué esta música :P

Telhas e crenças


Habito num telhado cheio de telhas, cada uma com a sua textura, a sua cor, o seu formato. Algumas não encaixam muito bem e deixam entrar água na divisão que se encontra debaixo das mesmas. Telhas com formas de cruz, de luas, de suásticas, sem formato definido e algumas, tal como a que me encontro, não existente. Como pode uma telha não existente preencher o espaço deixado vazio pelas outras? É tudo uma questão de perspectiva na minha humilde opinião, eu não tenho espaço vazio, simplesmente a determinada altura na minha vida, esse espaço desapareceu sem deixar um rasto que me permita localiza-lo.

Assim encontro-me, ateu, prestes a celebrar mais uma vez uma festa que se tornou de pagã, a cristã e mais recentemente a consumista, e é sempre irónico. Para mim não é mais do que uma oportunidade de estar em família, mais do que festejar o aniversário de um homem, que eu acredito mesmo que caminhou por esta terra, filho de deus ou não. Várias pessoas me interrogaram sobre o facto de eu ser ateu e me perguntar se não sinto falta de acreditar em algo, numa justiça imposta por alguém, eu penso sempre numa bela música que diz: "Messias, Deus, chefes supremos, Nada esperemos de nenhum! Sejamos nós quem conquistemos".

Muitas vezes vivemos naquilo que eu chamo de síndrome de Sebastianismo, sempre à espera de quem nós venha fazer aquilo que precisemos, quer seja um senhor a vir do nevoeiro, quer seja o estado, que seja o patrão, quer seja o colega. É extremamente necessário que as pessoas levem com a vacina da gripe A a vacina para este síndrome que vai afectando não só a sociedade portuguesa, mas toda a sociedade mundial.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Controlando

Nesta ilha solitária, que é a melhor metáfora para designar a minha mente, encontro-me a escrever, deslumbrando ao longe a natureza fazendo das suas, sedimentando, erodindo, tentando alcançar este pequeno pedaço rochoso,tentando impondo terreno à água que se desloca rodeando-me. As correntes repletas de sedimentos tentam criar pontes, tentam formar uma península, tentam alcançar-me, tentam uma ligação ao mundo exterior.

Não existindo embarcações, não há jangadas possíveis, tenho de ter uma paciência quase infernal para poder esperar pela passagem do tempo, para poder efectivar o meu contracto com esse núcleo magmático. Lentamente o meu anterior vínculo à fraga está a desvanecer e mais uma vez há aglomerados brancos no céu em debandada e sol timidamente acordando todas as folhas para o trabalho.

Anseio, espero e desejo...

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

17 e 30


Encontro-me tão perto desses números, porém sinto-me tão alheio a eles, tanto, que não os encontro presentes na minha mente, e tudo o que significam para mim. Quanta ansiedade estes números me foram causando ao longo dos tempos, quantas vezes me encontrei congelado nas minhas acções por causa destes números perfeitamente desprovidos de qualquer pressão induzida.

Vejo-me agora perante este acto inanimado de me deslocar para perto desses números, e a agonia começa a instalar-se, um leve tremer de perna releva os mais profundos sentimentos no meu inconsciente. Levemente vou apercebendo-me de toda a tensão que se começa em todos as células do meu, agora, mais pequeno ser. Não havendo volta a dar, estou a preparar-me psicologicamente para uma das viagens de C4 mais importantes que irei dar nos últimos tempos, ou dei algum dia no mês de Dezembro.

O meu pré-destino é a purificação debaixo de uma circulação de vapor quente preparado para o efeito, e a libertação de determinadas células que já não servem a todo o agregado. De seguida, um dos melhores uniformes me esperará para me dirigir a todo o vapor de encontro com os números inquietantes...


Proporcionalidades


Segundo um recente estudo de cientistas e engenheiros muito conceituados, a diminuição da temperatura é directamente proporcional ao aumento da felicidade, se isso envolver os flocos brancos que caem do céu, por outro lado, se não houver esse factor catalisador da satisfação a relação que se encontra é completamente oposta a essa descrita a cima.


9 graus célsius depois caíram as gotas do céu, uma clara mudança de atitude das pessoas foi notoriamente encontrada pelas ruas lineares, com a sua calçada ainda gelada pelo dia anterior. Restam as lembranças daquele dia e a vontade de viver mais dias assim.

Fica aqui a imagem que era vista pela janela do meu quarto, após ter começado a dissolver-se o manto que durante a noite cobriu esta cidade.