sábado, 20 de fevereiro de 2010

I could say - Lily allen

Homem dos calhaus

E é com extremo orgulho que deixo que me apelidem dessa maneira. Sou e sempre fui um geólogo amado, por mais que aprenda, por mais conhecimentos que consiga angariar neste conjunto de células cinzentas, haverá sempre espaço para a descoberta, para aventura, para o coleccionar de novas sensações.

Divergi tal placa continental boiando em cima de um mar de leva por esses oceanos tentando encontrar o meu lugar neste mundo em constante mudança. Vejo-me nos sonhos recordando aquele laboratório odiado por muitos, repleto de excelentes lembranças para mim, irá fazer um ano que não coloco lá os meus pés e já sinto a sua falta, o seu conforto duro da sua solidão, as horas passando lentamente À medida que olho pela íris dessa força da natureza que originou tal beleza.

Tão perfeito e tão puro mesmo quando a sua essência diz o contrário, como podem outros olhos ver de maneira diferente tamanha beleza? Será dos meus olhos ou estarão todos os outros turvos e cegos de indiferença?

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Perdidos na Parteleira

Um número incontável de palavras esperam pela sua libertação nessa estante que serve de castelo provisório ao mais majestoso animal de companhia que se tem por casa. Um explosão de letras aguarda pacientemente pela abertura das páginas amareladas e pelo deslizar do meu olhar sobre elas, sabendo que é nesse preciso momento que elas passam a deter a ansiada e merecida liberdade e o seu propósito é cumprido, fazem mais uma pessoa delirar, sonhar, irritar-se, amar, viver mais um pouco. A partir desse momento único, sabem que independentemente daquele humano se aperceber ou não, elas passam a estar inscritas na sua história, ficando imortalizadas em impulsos químicos e eléctricos, guardados apenas a uma lembrança de distância.

Também os meus olhos anseiam por esse momento mágico que os fazem sair das orbitas, saindo de casa e vaguear pelo mundo real ou imaginário, passeando pela esperada nuvem que provém da leitura daquele livro cheio de saber. Nisto tudo, parece que o único que não têm essa vontade de novamente encontrar velhos sentimentos sou apenas eu, encontro-me mais preso à realidade do que nunca me lembro de estar, vejo-me numa posição terrivelmente estranha.

Sementinha

Sementinha da desconfiança, da audácia, do orgulho, da autoconfiança, da satisfação, da mentira, da coragem e do medo, entre tantas outras... Haverá tantas a cair por intermédio desse vento que assola todos os dias as nossas vidas e que as faz surgir nesse pomar. Todos os dias me interrogo como é que o jardineiro consegue-as distinguir a todas, invejo o seu trabalho árduo pela sabedoria que dele advém. É sobejamente conhecida e valorizada a capacidade que esses seres humanos têm para arrancar os pequenos rebentos que não interessam ao todo da exposição que existe por esse belo campo verdejante, criam quase um ambiente hermético.

Lamento não ter tido quer a paciência, quer a sobriedade de sorver todas as palavras que a mim me dedicou num determinado tempo há muito perdido entre lembranças no meu córtex cerebral. Vejo-te com um grande exemplo a seguir, algo que eu desejo obter no meu possivelmente brilhante futuro. Anseio por esse dia, que novamente trocarei algumas palavras contigo e nesse dia te irei expor o meu reportório de pegadas que tenho deixado para te deixar orgulhoso.