
Cobertor gélido, maldito pelas suas parcas movimentações, esbranquiçado lençol de lágrimas saídas pelo espelho da coisa que detém as pupilas de cada um de nós.
Amaldiçoando o dia em que os seus antepassados foram escolhidos para ser plantados naquele ermo local a pequena semente tenta rasgar pela conjugação de água no estado sólido e com um esforço sobre humano consegue esgueirar-se por entre uma fenda e vê finalmente o quente, feroz e fantástico brilho da lua..
Lua que lhe vai fornecendo toda a energia para crescer, para formar folhas e começar a expandir essas raízes toscas. Debaixo das folhas a outrora barreira de neve que parecia intransponível assume uma nova imagem, uma cedência de espaço à água corrente, dentro de algum tempo desaparece sem rasto deixar...
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